Por: Tânia Moreira| Economista do Departamento Téc. e Econômico – FAEP
Ao contrário do esperado pelo mercado, o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do mês de setembro, publicado hoje, elevou a estimativa de produção de soja de 106,59 para 107,10 milhões de toneladas, o que é a segunda maior produção americana, após a safra recorde de 2014/15.
Em seu limite inferior, o mercado projetava uma produção de 103,17 milhões de toneladas. E no máximo, 105,29 milhões de toneladas, buscando uma redução de produtividade, em função das chuvas de julho e do tempo mais seco no final de agosto. Na verdade, o USDA elevou a produtividade da soja de 46,9 para 47,1 bushels por acre.
De certa forma, um corte na produtividade seguia duvidoso pelo fato do USDA manter desde final de julho, o percentual de 63% das lavouras em condições de boas a excelentes.
Ainda assim, a reação dos preços em Chicago foi negativa após a divulgação do relatório. A própria alta do dia anterior foi relatada com um movimento de compras, com investidores apostando na baixa de hoje.
Com safra recorde prevista na América do Norte e comentários sobre o novo recorde na América do Sul, a oleaginosa segue com cenário fundamental pessimista para formação dos preços. O USDA projeta o intervalo de preços entre US$ 8,40 a US$ 9,90 por bushel.
Perto do fechamento de sexta-feira, o futuro de setembro-15 perdia ↓0,40% na CBOT cotado a ↓US$ 8,70 por bushel. O futuro de maio-16 era cotado a ↓US$ 8,76 por bushel. Para o mercado interno, o câmbio seguia compensando as baixas em Chicago, cotado na máxima de doze anos em ↑R$ 3,877.
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