Os sinais da desaceleração dos preços das commodities, principalmente das não agrícolas, aparecem na balança comercial deste mês.
As receitas das dez principais matérias-primas que o Brasil exporta devem atingir US$ 11,4 bilhões no mês. Se confirmado, esse valor mostra queda de 20% ante 2011.
Os dados de exportação do mês -até a semana passada- indicam que à exceção da soja, que tem preços melhores e volume maior de vendas, os demais itens da balança caem.
Na área agrícola, o destaque fica para o açúcar, que está com queda de 44%. As perspectivas de recomposição dos estoques mundiais derrubou os preços internacionais, afetando o Brasil, o maior exportador mundial.
Café e suco de laranja vêm a seguir, ambos com quedas de cerca de 30% neste mês em relação a igual período anterior. As receitas com café ficam abaixo de US$ 500 milhões, enquanto as com suco podem não atingir US$ 150 milhões no mês.
Minério e petróleo, dois dos principais itens da balança, têm forte queda no mês. Segundo a Secex, as receitas com minério, devido à queda de preços e menor volume exportado, recuam 28% no mês, abaixo da queda de 34% registrada nas vendas de petróleo e derivados.
Importações A média diária de importações deste mês está 3,2% acima da de junho do ano passado. Entre as altas destaca-se a de adubos e fertilizantes, com 18,5%.
Leite Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), que registrou quedas de 4% nas compras de leite e de 19% nas de cereais e produtos de moagem.
Chuva O clima chuvoso da semana passada no Paraná inviabilizou a colheita e a secagem de café, segundo Marcos Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia. Nesta semana não chove.
Cana A chuva atrapalhou também a produção de cana-de-açúcar. Para esta semana, as condições climáticas melhoram, segundo ele.
Agricultura familiar Para elevar a produtividade leiteira dos rebanhos de pequenos produtores, várias empresas criaram a Genpec Planejamento e Biotecnologia Animal.
Assistência O produtor terá consultoria e assistência em financiamento do Pronaf. Participam da empresa a Bioembryo, Agriplan, Bovigênese e Itagen.
Seca eleva preços no mercado externo
A agricultura é clima. Na safra 2011/12, uma forte seca prejudicou as safras de soja e de milho na América do Sul. Agora é a vez do Meio-Oeste norte-americano, onde o clima seco vem afetando as lavouras de milho e de soja, conforme acompanhamento do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
Esse clima adverso, que ainda deve perdurar até o final do mês, levou bancos e consultorias a rever projeções e a indicar novas altas nos preços das commodities agrícolas, contrariando estimativas anteriores.
Os reflexos desse clima seco nos EUA foi sentido pelo mercado de Chicago ontem, onde o trigo subiu 7,6% e o milho, 6,8%.
A soja teve alta de 2,8%, com o primeiro contrato sendo negociado a US$ 14,83 por bushel. Já o café, devido às chuvas no Brasil, subiu 2,3% em Nova York.
Fonte: Folha de S. Paulo – São Paulo/SP
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