Os financiamentos de maquinário agrícola e infraestrutura tiveram alta de 17,9% entre julho e setembro deste ano, segundo o Ministério da Agricultura, e alcançaram quase R$ 2 bilhões por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Com a redução da taxa de juros para essa linha de crédito do agronegócio a partir do início deste mês, a expectativa é de números mais expressivos.
Os produtores estão comprando mais. Com preços de commodities em alta e safras recordes, a agricultura brasileira vive um bom momento. O produtor de arroz Ezequiel Scarpare Machado está otimista. Ele comprou um trator novo há um mês e já está de olho em outro e também numa plantadeira para a próxima safra, na qual pretende colher 42 mil sacas do grão.
"Qualquer redução de juros que venha nos possibilitar mais lucratividade, ajuda bastante. Para a próxima safra, se continuar esse patamar de preço e as condições de financiamento, temos que renovar mais um pouco", diz.
No Rio Grande do Sul, a 35ª Expointer, realizada há dois meses, foi um termômetro do mercado de máquinas. O recorde de vendas, que ultrapassou R$ 2 bilhões, mostrava esse otimismo do produtor com a safra.
"O agricultor se deu conta que quanto mais ele modernizar o seu parque de máquinas agrícolas, mais produtividade ele vai ter na sua lavoura. Eu acho que nossos agricultores devem ir às compras e comprar mais. Oportunidade como essa dificilmente vai aparecer de novo", opina o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Cláudio Bier.
A expectativa é de mercado mais aquecido, já que o governo federal prorrogou a redução da taxa de juros do PSI, de 5,5% para 2,5%, até 31 de dezembro de 2012.
"Com a notícia de redução de juros, muita gente que estava indecisa em investir aproveitou o momento e a gente se surpreendeu", afirma o gerente financeiro Márcio Viacelli.
A demanda de financiamentos acompanha os números gerais do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, que tiveram aumento de quase 15% entre julho e setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2011. Foram R$ 26,5 bilhões, 23% do montante programado para o ano-safra.
"Todo cenário interno e externo é motivador para esses investimentos em função da demanda forte, de crescimento de renda e dos preços remunerados de produtos agrícolas", diz o representante do Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz Araújo.
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